Dois sócios da Híbrido, Nicolas e Rhuan, participaram nos últimos dias 12 e 13 de agosto do Fórum E-commerce Brasil 2014, no Transamérica Expo Center, na capital paulista. O evento reuniu cerca de 4000 participantes e contou com diversas palestras nacionais e internacionais, além da exposição de mais de 60 stands com os principais fornecedores do ecossistema do comércio eletrônico nacional.
Abaixo, alguns dos principais destaques dessa edição que se posiciona, cada vez mais, como o evento mais importante do calendário anual do varejo online brasileiro e um dos cinco mais importantes do e-commerce mundial.
Fortalecimento de marca
Já na sua abertura, o CEO da Camisaria Colombo, Alvaro Jabur, destacou que, antes de qualquer coisa, e-commerce é varejo, e as boas práticas do setor devem ser levadas em conta em uma operação online. Após a fala, Léo Cid, da AD.Dialeto, reforçou que a percepção de marca deve ser estimulada também junto à performance, não pensando apenas no último clique.
A diversificação das estratégias de marketing é o que vai tornar o marketing rentável para o e-commerce, pautando-se em três pilares: Awareness, Aquisição e Retenção. Cada um desses pilares exigirá um investimento, atenção e resultado específicos, e o e-commerce não pode basear-se única e exclusivamente no ROI focado no último clique. Esse discurso também foi fortalecido por Rony Meisler, do grupo Reserva, que incopora o espírito da marca em todos os pontos de vendas da empresa, e levam à um novo patamar o pensar diferente e promover uma experiência de compra superior à média do mercado, angariando mais fãs e vendas.
Usabilidade e experiência do usuário
Arquitetura da informação e navegabilidade foram pontos explorados por dois dos palestrantes internacionais, Gaëtan Belbéoc’h, da Leroy Merlin e Jared Blank, da Tommy Hilfinger. Foram apresentadas uma série de técnicas e testes para que seja explorado a conversão ao máximo, por vezes, alterações sem razões lógicas mas, se comparadas simultaneamente em testes a/b e multivariáveis, conseguem-se ter novos padrões e promover melhorias consideráveis nas vendas da empresa.
Cenário econômico atual e futuro
Arnaldo Jabor trouxe à tona o cenário político passado, atual e futuro brasileiro. Destacou ainda a mudança de paradigma que a internet tem trazido pra população nacional: “a revolução digital é mais importante que muitos acontecimentos, pois mudou a estrutura do nosso pensar”. Renato Meirelles, do Data Popular, mostrou também a crescente da classe média brasileira, puxando de uma pirâmide para um losango, onde os jovens obtém o maior destaque com um comportamento muito especial: possuem renda e potencial de consumo, e querem sentir-se diferenciados pelas suas aquisições.
Rentabilidade
Fábio Bonfá, da Privalia, demonstrou como tem feito a gestão da rentabilidade mesmo lidando com margens agressivas e preços baixos. A preocupação com o plano de negócios, as pessoas, as políticas comerciais adequadas, gestão operacional e marketing trabalhando em conjuntos para que a conta no final do mês fique no azul.
O que esperar pela frente?
As tendências chaves do e-commerce brasileiro foram trazidas por Zia Wigder, da Forrester Research. Concentram-se em 5 principais, que já são bastante discutidas há alguns anos:
- Mobile, com a ascensão cada vez maior dos dispositivos móveis fortalecendo o conceito de m-commerce. Hoje, no Brasil, a média fala-se em 7%, enquanto alguns casos, como a Privalia, já atinge 43% do faturamento total.
- Marketplaces, com a presença de 4 stands específicos no evento (Extra, Submarino, Americanas e Walmart), além da Rakuten, tornam-se boas alternativas para o crescimento de pequenas e médias operações de e-commerce. Por meio de um comissionamento, integra-se todo o catálogo de produtos em grandes players nacionais, iniciando um fluxo de vendas e possibilitando maior giro para uma operação de e-commerce em estágio inicial.
- Customer intelligence, com a entrada cada vez maior de ferramentas como big data, behavior targeting, entre outras, que auxiliam na tomada de decisões e entendimento das métricas chave para o negócio.
- Category growth, também pode ser entendido como aumento das vendas na cauda longa, ou verticalização. Novamente para as PMEs, a possibilidade de especializar-se em um segmento específico é diferencial de mercado para competir com os grandes players que atuam com todos os departamentos. Mostrar conhecimento e direcionar um domínio maior sobre o seu mercado atrai e mantém consumidores à sua operação.
- Integração multicanal: conceitos como multicanal ou omnichannel, resumem-se em integrar todas as frentes de uma operação de varejo para que a compra se torne mais próxima e confortáveis para os seus clientes. Seja por meio de retirada em lojas físicas, troca em lojas físicas, pedidos online em lojas físicas, o e-commerce se posiciona não apenas como mais uma loja, mas sim como “flagship store”, ou um centralizador da marca onde a essência pode ser percebida e toda a parte logística torna-se mais acessível. Com a crescente dos pure players, ou operações 100% online, como Dafiti e Netshoes, as redes on/off se beneficiam e utilizam esse diferencial competitivo para ganho de mercado.
Em resumo, o evento mostrou-se proveitoso de n formas, pelo fortalecimento das parcerias com diversos fornecedores do mercado, desde tecnologia, logística, pagamento e segurança, marketing e outros, como na interação e aprendizado com os painelistas nacionais e internacionais, discutindo sobre cases e caminhos para que o e-commerce se fortaleça ainda mais como caminho inevitável para marcas de pequeno e médio porte, desde que feito com planejamento, organização e controle em todas as suas frentes, para que torne-se eficiente e rentável.
