No início da onda de digitalização do varejo, milhares de lojas virtuais foram lançadas para operacionalizar esta demanda utilizando as tecnologias disponíveis no momento. Sendo em grande maioria as mais baratas e rápidas. Com o tempo muita coisa mudou, mas para o varejo ainda desacostumado ao digital, a situação é um pouco mais difícil.
As plataformas escolhidas pelas empresas não contemplavam complexidades e recursos diversos, empasses logísticos, de pagamento e operação, e isso dificultou a mecânica para o e-commerce progredir.
Diante deste cenário, muitos sites prontos, com construção de código simples e modelos de operação limitada foram lançados no mercado. Estes sites cresceram, conquistaram espaço e, em pouco tempo, pediram melhorias, novos recursos e necessidade de escalabilidade.
Portanto, o que aconteceu foi que empresas ficaram estagnadas diante do dilema da plataforma. Aposto que você já viu essa história em algum e-commerce por aí, não é mesmo?
Neste texto, buscaremos elucidar, do ponto de vista atual de mercado, qual caminho seguir no planejamento estratégico de um negócio, para não esbarrar em barreiras operacionais. Além de entender seu modelo de e-commerce, conhecer suas funcionalidades, antecipar mudanças e nunca ter sua tecnologia obsoleta!
1 – Como escolher uma plataforma
Os pontos mais importantes a considerar em uma plataforma são: recursos operacionais, escalabilidade, suporte técnico e design. Leia-se: fluxo, potencial, recursos e experiência.
A primeira etapa é entender seu modelo de negócio. A plataforma que você usará deve entregar as funcionalidades e recursos que sua operação de e-commerce demanda.
Caso você seja uma loja comum, que deseja operacionalizar um catálogo ou vitrine de produtos simples — sem qualquer customização ou complexidade —, as plataformas mais simples e baratas atendem sua necessidade. Mas atenção: é preciso ficar de olho nos recursos de marketing digital que ela oferece, além do suporte técnico e um bom layout.
Deste modo, confira se esta plataforma entrega um design arrojado e moderno, alinhado ao que o mercado do seu segmento atua como jornada de compra, e se está de acordo com a experiência que quer proporcionar. Ademais, é importante observar se também possui o mínimo de recursos no painel administrativo para articular algumas mudanças básicas.
E ainda: busque um suporte técnico para seu site. Caso a plataforma escolhida não forneça um suporte com desenvolvedores ou de ajuda remota, tenha uma empresa de tecnologia parceira para prestar o serviço quando necessário. E-commerces precisarão de alguma forma e em algum momento de suporte técnico e você precisa ter com quem contar.
2 – Como prever que ficarei limitado em minha plataforma?
Em toda plataforma existe um limite de acessos e vendas. Diante disso, e sabendo qual é este número máximo, pegue o valor do ticket médio do seu produto + sua média de visitas no mês e acompanhe os relatórios de crescimento mensais.
Para determinados segmentos, como os de vestuário, alimentício e cosméticos, por exemplo, o ticket médio é mais previsível, pois há um maior controle do crescimento. Porém, segmentos como eletrônicos, veículos, artigos de luxo e construção, tendem a ter um ticket médio mais alto e terem picos de venda maiores.
Portanto, acompanhe de perto os movimentos de sua plataforma, sabendo seus limites, conhecendo seu fluxo de vendas, seu calendário de campanhas e planeje seus orçamentos. Tudo isso, para quando estiver chegando próximo ao teto da plataforma, ou sentir que o negócio precisa evoluir, ter tempo e planejamento hábil para agilizar sua migração ou evolução de plano.
Outra dica importante é que você faça um planejamento baseado em receita! Estipule uma meta intermediária, distante do teto da plataforma e viável financeiramente para investir em uma nova. Esta, precisa ser moderna e não obsoleta, como o Magento, por exemplo. Assim, você fará uma migração mais saudável, num momento financeiro maduro para o e-commerce e sem o senso de urgência.
3 – Defina estratégia e operação
Ao criar um e-commerce, você precisa ter alguns tópicos bem definidos:
- Qual operação realizará: B2B ou B2C
- Seus níveis de customização: produtos personalizados, kits ou produtos compostos
- Recursos de marketing: regras de preço, produto, público, cupons, page builders
- Se demandará hierarquia de acessos, importação de relatórios, faturamento em uma ou mais origens fiscais, quantos centros de distribuição terá, etc.
Essas informações desenharão o escopo de complexidade e funcionalidade da sua loja virtual.
- No cenário da migração, a lógica é a mesma:
- Tenha definido como será sua operação numa nova tecnologia
- O que busca oferecer e como
- Trace uma estratégia de campanha e data ideal para migrar
- Preveja custos fiscais: hospedagem, domínio, gateways, licenças
- E principalmente, onde quer chegar com uma nova tecnologia em mãos
Desta forma, você obterá em sua pesquisa, atendimentos mais rápidos, propostas mais certeiras e com a agilidade que precisa.
4 – Por último e MAIS importante: orçamento
Se você está limitado e precisa migrar sua plataforma, saber o quanto isso irá lhe custar nem sempre é fácil. Por isso, separamos duas dicas para te ajudar a dar os primeiros passos:
1) Qual nível de evolução você quer e precisa? Questione sobre as possibilidades de negócio, ou experiência, que sua marca pode oferecer com mais recursos. Diante disso, quais destas oportunidades são imediatas (tenho condições de fazer já), e quais são a médio e longo prazo?
Agora, desenhe o cenário logístico e operacional que precisará para inserir um ou mais produtos/serviços no seu novo site nestes 3 momentos. Este exercício fará com que, no momento do atendimento com um fornecedor de tecnologia, você saiba mapear onde está, para onde quer ir, quais suas prioridades imediatas e o custo delas. Dessa forma, você saberá em qual nível de tecnologia e funcionalidades que seu negócio se encaixa e qual é mais viável financeiramente.
2) “Já que vou investir para melhorar, vou fazer tudo que dá!” Esta é uma ótima estratégia para uma loja virtual, estável em faturamento e operação, fazer. Já que possui uma maturidade enquanto negócio, é muito bom aproveitar a oportunidade de quando for dar o passo evolutivo, aprimorar tudo que pode. Botar em prática os planos e oportunidades aprendidos e percebidos com o tempo, e fazer um movimento financeiro (mesmo que alto às vezes), certeiro e único.
Por último, lembre-se: todo conhecimento sobre seu segmento e seu público é pouco, pois amanhã tudo é novo. Informe-se!
Todo movimento evolutivo de um negócio demanda um entendimento profundo para onde caminha seu setor, o que seu público quer, quando e como quer. Pense sempre na experiência do usuário, acompanhe as tendências de mercado e busque empresas sérias e certificadas para trabalhar com níveis mais avançados de profissionais de tecnologia. Isso faz toda a diferença!
Esperamos que estas dicas e orientações possam ter ajudado você a entender melhor sobre limitações e oportunidades de melhorias para seu e-commerce e que seja cada vez menos dolorido planejar e dar passos.
Nós da Híbrido, acreditamos bastante no compartilhamento da informação, no crescimento próspero e harmonioso do mercado digital. Valorizamos o planejamento coletivo e maduro do cenário de e-commerce no país.
Precisando da gente, é só chamar! 🙂